Divino Arbués
Pilares
AI, ESPERANÇAS DO MEU DIA A DIA
QUE, COMO FRUTOS DO MEU RIO A RIO
SÃO SECAS FOLHAS QUE SOMBRA ME DERAM
E, HOJE, PISADAS, GRITAM E ME ASSUSTAM
TAMBÉM PARADAS NA BEIRA DO RIO
COMO AS VOZES DA MINHA AGONIA
BEM QUE AS FOZES DA DOR ME DISSERAM
QUE AS ALEGRIAS SE ESCONDEM E CUSTAM
AH, PESCADOR, TEUS LAMENTOS ME DIZEM
DA TUA DOR, DOS TEUS SONHOS, TEU PRANTO
NO ECOAR DOS TEUS PASSOS UM CANTO
QUEM SABE ANSEIOS UM DIA REALIZEM
MAS, OLHA IRMÃO, DE LAMENTOS NÃO VIVES
CUIDA DA LINHA, DO ANZOL, DEIXA OS ARES
QUE A TUA SINA É A DOS PILARES
SUSTENTAR PÉS SEM QUE OS PASSOS CATIVES
E VORTA O HOME A ASSUNTÁ A FAMIA
QUE O ESPERA NA TÁBUA DE PÃO
POIS PESCADOR PURAMENTO SÓ PESCA
NÃO SABE AS MESAS, OS LIVROS DE LEI
TALVEZ SABENDO, TÃO SIMPLES, DIRIA
MAS QUE PECADO PESCADO TEREI?
MAS, OLHA IRMÃO, DE LAMENTOS NÃO VIVES
CUIDA DA LINHA, DO ANZOL, DEIXA OS ARES
QUE A TUA SINA É A DOS PILARES
CONDUZIR PÉS SEM QUE ESPAÇOS CATIVES,
MOLHAR OS PÉS PROUTROS PÉS NÃO MOLHAREM,
FORMAR OS PÉS PRAS ENCHENTES PASSAREM,
FIRMAR OS PÉS PARA AS PONTES USAREM,
MORRER DE PÉ... COMO OS VENTOS MANDAREM